terça-feira, 20 de maio de 2014

Valhalla - O Death-Metal expondo os conflitos internos do ser humano (entrevista publicada na edição Nº 12, março de 2014)
Fábio Guedes11:56 0 comentários

Formada no ano de 1990, a Valhalla é uma das principais bandas do cenário Death-Metal candango. O Acid Farted conversou com a guitarrista Adriana Tavares, e com a baterista e vocalista Ariadne Souza, que contam sobre a fase atual da banda, que acaba de lançar o EP Evil Fills Me, o primeiro trabalho com a nova formação, que conta ainda com a baixista Alessandra Tavares, única remanescente da formação original.



A.F: Em primeiro lugar, bem vindas às páginas do Acid Farted. Gostaria de começar nossa conversa, falando um pouco sobre o novo EP, Evil Fills Me, que vocês acabaram de lançar. Comentem um pouco como foi o processo de produção do disco.

Ariadne: Obrigada pelo convite para responder a entrevista! A produção desse disco foi independente, por isso, com exceção da bateria, a gravação foi feita fora de estúdio, pelo nosso colega Guilherme. Atualmente esse é um processo muito utilizado, pois reduz custos e a nossa produção é independente.
Adriana: Foi um trabalho muito bom de ser feito pois tivemos total liberdade e tempo para trabalhar as músicas e idéias, além de todo o layout e arte, enfim. A produção foi independente, mas isso não seria possível sem o apoio do Guilherme Peixoto (mixagem, gravação). Quando finalizado um trabalho, sempre achamos que faltou algo aqui ou ali, mas no caso do Evil fills me, o resultado final superou as nossas expectativas!

A.F: Pelo que pude ouvir, ele mantém a essência da banda, o velho Death-Metal tradicional. Vocês mantêm o mesmo processo de composição?

Ariadne: Sim, esse é o estilo que gostamos de compor. Sempre buscamos aprimorar algumas coisas, mas o processo é essencialmente o mesmo.
Adriana: Com certeza! Sempre buscamos aprimorar as músicas, mas isso não significa mudar o estilo que seguimos ao longo de todos esses anos de banda. Na minha opinião, o mais importante quando estou fazendo uma música é que eu esteja satisfeita em primeiro lugar com o que estou ouvindo, o que vem depois é consequência.

A.F: Algo que chama bastante a atenção no CD é a arte da capa. Como chegaram ao artista?

Adriana: Minha irmã Andrea e minha amiga Renata foram a uma Convenção de Tatuagens aqui em Brasília e lá conheceram o trabalho do Rubens Snitran. Ficaram impressionadas com os desenhos dele e logo que nos encontramos comentaram comigo. Entrei em sua página de relacionamentos no Facebook (RubensSnitran/Artwork) e realmente percebí que o cara era realmente muito bom e profissional. Entrei em contato com ele, fomos conversando e logo fechamos tudo. Foi realmente perfeito porque ele captou exatamente a essência do MCD!

A.F: E como foi criado o conceito da ilustração?

Ariadne: O conceito veio do tema que escolhemos para esse trabalho: Evil Fills Me (o mal me completa). A ideia era expor os conflitos internos vividos pelo ser humano, que são retratados nas músicas.

A.F: E quanto ao lançamento, o último trabalho oficial saiu em 2002 pela Hellion Records. Houve interesse em reativar o contrato com a antiga gravadora?

Adriana: Em 2001 gravamos “...For the might of chaos, for the force inside” e a nossa finalidade era conseguirmos lançar um CD, e o que fizemos foi enviar este CD Demo para algumas gravadoras. Recebemos algumas propostas e a melhor foi a da Hellion Records que acreditou no nosso potencial e então assinamos um contrato com eles e lançamos o “Petrean Self”(2001). Através da gravadora tivemos uma boa divulgação do CD em revistas e zines especializados mesmo antes do lançamento. Após, a receptividade do CD foi muito boa e isso nos ajudou muito a fazer shows e divulgar o CD e a banda, é claro. Acontece que hoje o mercado fonográfico mudou muito, as bandas estão fazendo seus trabalhos de forma independente. Até iniciamos uma conversa com a Hellion a alguns anos atrás sobre um novo CD, mas não passou disso. Bem, somos muito tranquilas em relação a isso. O que importa é estarmos ensaiando, compondo enfim, dando continuidade a Valhalla.
Ariadne: Não. Estar em evidência é muito bom, mas o nosso foco sempre foi fazer músicas e tocar, porque isso nos faz bem. Então, embora seja algo vantajoso, não tivemos interesse em buscar esse tipo de parceria.

A.F: Esse disco mostra a nova fase da banda, agora como um power trio. Isso tem facilitado o entrosamento entre vocês? Chegaram a pensar em convocar uma segunda guitarrista?

Ariadne: Com certeza! É bem mais fácil tomar decisões com menos TPMs! rs Não pensamos em convocar ninguém, pois a Alessandra é guitarrista e pode desempenhar esse papel.
Adriana: Bem, eu e a Alessandra somos irmãs, a Ariadne já está na banda a quase 10 anos. Já passamos por diversas mudanças na formação e posso te dizer de carteirinha que isso é extremamente desgastante, então até o presente momento não cogitamos a possibilidade da entrada de um novo integrante. A Alessandra gravou o baixo no MCD Evil Fills Me, mas ela é guitarrista como eu e também gravou a guitarra junto comigo, então se assim desejarmos podemos tirar o baixo e ficarmos só com as guitarras ao vivo. Nos entendemos bem e nos respeitamos como pessoas e isso é primordial em uma banda.

A.F: A banda tem feito mais shows também. Vocês têm planos de fazer uma turnê nacional, ou buscar shows fora do Brasil?

Ariadne: Não. Cada vez mais nosso interesse tem sido produzir sem tocar em muitos shows, pois temos que conciliar essa atividade com nossa vida particular.
Adriana: Pra gente isso é inviável hoje, por uma questão de tempo, trabalho, família enfim. Estamos sempre ensaiando e vamos conciliando nossa agenda com shows, quando é possível.

A.F: Vocês lançaram um Mini-CD, com outra formação. No entanto não houve muita divulgação desse trabalho. O que ocorreu?

Adriana: Sim, foi o MCD Innerstorm. Pouco antes da gravação deste MCD, a Alessandra havia saído da Valhalla e a minha intenção e a  da Áriadne era mostrar que a Valhalla continuava seguindo em frente, então decidimos divulgar apenas pela internet mesmo, sem muita preocupação.
Ariadne: Na época decidimos lançar o MCD Innerstorm somente na internet, mas infelizmente após esse trabalho tivemos uma instabilidade na formação da banda e isso acabou atrasando os próximos projetos.

A.F: Há planos para o relançamento dos trabalhos antigos? Em especial o “...In The Darkness of Limb”, que só saiu em vinil.

Adriana: Muitas pessoas nos procuram atrás destes materiais da banda. São pessoas que nunca tiveram acesso a estas gravações e também antigos admiradores do trabalho da Valhalla. Isso se dá principalmente pelo fato de que já que não há mais cópias originais disponíveis no mercado. Quem sabe futuramente a gente consiga concretizar isso ou até mesmo entrar como bônus essas gravações em um novo CD!
Ariadne: No momento não temos esse plano, mas é algo possível sim.

A.F: Meninas, muito obrigado pela atenção dada ao Acid Farted. Finalizem com um recado, ou algo que queiram acrescentar.

Adriana: Bem, primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade para expor as nossas idéias e muitas vezes passar informações realmente verdadeiras sobre a banda. A existência de fanzines como o Acid Farted continua sendo um forte e oportuno meio de divulgação para as bandas. Queria agradecer também, a todos que de uma maneira ou de outra apóiam a Valhalla!  E a você Frajola em especial, que acompanha nosso trabalho já a longos anos, meu sincero agradecimento!!

Ariadne: A Valhalla agradece pelo convite! Nós fazemos o que gostamos e o que nos dá prazer. É extremamente gratificante poder compartilhar isso com vocês que apoiam e dão suporte para a banda. Muito obrigada a todos que apreciam o nosso Death Metal!

Formação:

Adriana Tavares - Guitarra
Alessandra Tavares - Baixo e guitarra
Ariadne Souza - Bateria e voz



Discografia:

* Valhalla - Demo-Tape , 1992           
* ...In the Darkness of Limb- LP, 1994
* For the Might of Chaos ...for the Force Inside - CD-Demo, 2001              
* Petrean Self -CD, 2002      
*Innerstorm- Mini-CD, 2009
* Evil Fills Me - EP, 2014

Contatos: valhalla.deathmetal@gmail.com
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