terça-feira, 30 de setembro de 2008

Entrevista com a banda mineira Corpse Grinder, publicada na edição Nº 10
Fábio Guedes05:32 1 comentários



A banda mineira Corpse Grinder sempre foi sinônimo de fidelidade e amor ao underground, e seu terceiro álbum com o sugestivo nome Hail to Death Metal Legion veio massificar ainda mais essa afirmação. Batemos um papo com o vocalista e guitarrista Junior, que nos contou um pouco da trajetória desses guerreiros do Death Metal ao longo desses 20 anos.



A.F: Gostaria que você iniciasse nossa conversa falando um pouco sobre o novo álbum, Hail to Death Metal Legion.
Junior: Este álbum foi gravado em Março e lançado em Julho de 2007. É um disco composto somente de músicas inéditas e marca a estréia do novo guitarrista solo Hélio Bonegrinder e ao meu modo de ver, este álbum felizmente não traz nada de novo, é o nosso mesmo Death Metal tradicional de sempre, porem um pouco mais veloz e um pouco mais técnico. Eu achei que ficou bem a cara da banda, com uma gravação com guitarras sujas, pesadas e ao mesmo tempo definidas e acredito que quem gostar realmente de Death Metal e adquirir este nosso novo trabalho, ficará satisfeito.

A.F: e como anda a aceitação do disco junto à crítica e ao público especializado?
Junior: Até agora as críticas em zines e webzines tem sido muito boas, espero que continuem assim em outras publicações que ainda não comentaram sobre nosso novo trabalho. Nos shows, os headbangers presentes também têm respondido com muita agitação quando tocamos as músicas novas, parece que eles já conhecem à muito tempo as músicas do novo álbum. A aceitação tem sido excelente, tanto nos comentários na mídia especializada, quanto pelas pessoas que nos apoiaram adquirindo o Hail to Death Metal Legion.

A.F: Poderia falar um pouco sobre o DVD que estão preparando. Como ele é meio que comemorativo aos 20 anos da banda vocês pretendem incluir imagens de shows antigos?
Junior: Sim, iremos incluir algumas imagens de shows antigos, mas serão poucas, porque apesar de termos vários shows antigos gravados em VHS, são poucos que podemos aproveitar alguma coisa, devido a maioria dos shows gravados apresentarem problemas de áudio ou de imagem, é cada um mais tosco que o outro, então teremos que dar uma peneirada, para pegarmos somente os que estão melhores.
Quanto ao show principal do DVD, a filmagem será de um show que fizemos em Campinas-Sp em Novembro de 2007 no Hammer Rock Bar, a gravação do show foi feita pela equipe do estúdio Da Tribo e a produção também será feita no Da tribo pelo Ciero & Cia.
Ainda estamos estudando o que mais iremos colocar neste DVD, tipo fotos, clips, etc.
Este DVD será duplo, sairá junto com um CD que gravamos recentemente em Dezembro de 2007, que contará somente com músicas antigas, uma de cada demo e uma de cada álbum que lançamos mais dois covers em um total de 12 músicas.
A nossa idéia inicial era lançar somente este cd simples com músicas antigas, mas surgiu a oportunidade de gravarmos este show em DVD, que bateu justamente com a data que estávamos completando 20 anos de banda e, além disso, ainda tivemos muito apoio do Rolldão para trabalharmos neste próximo lançamento, que estamos batalhando no momento para que ele se concretize logo.

A.F: Esse já é o terceiro lançamento, se contarmos com o cd-r Underground Celebration live 2003, pelo selo Kill Again records. Essa amizade que vocês têm com o proprietário do selo, Antônio Rolldão, facilita nos negócios?
Junior: O Rolldão é um grande amigo nosso, desde que lançamos nossa primeira demo oficial. Já naquela época ele nos apoiava no zine Metal Blood, no Kill Again, no programa de rádio especializado em Metal, então a nossa amizade já vem de muitos anos e se eu disser que a amizade com ele não influência em nada, estaria mentindo, porque ele é um cara com muita vivência no underground, que está em constante atividade no Metal Nacional e sabe muito bem quais as bandas ele apoia, porque melhor que ninguem ele sabe quem é quem no Underground Nacional e para nós é uma honra estar na luta ao lado dele.

A.F: Falando em amizades, vocês têm uma relação muito bacana com várias bandas daquí do DF, até onde isso contribui para que haja um intercambio entre as partes?
Junior: Com certeza, além do Rolldão também temos muita amizade com o Pessoal daí do DF, como o Grande Felipe C.D.C. e suas bandas, O Terror Revolucionário e o Death Slam, o Paulo, o Nildo e Embalmed Souls, os Thrashmaníacos do Violator, o Ricardo, o Renato, a galera headbanger do "P" Sul, Zé e Filial do Rock, Galera do Winds of Creation, Flashover, Bizarre Kings, Pulverizing, Eterno, Valhalla e Galera do Bar Metal Revolution, este bar era fudido! Esta grande amizade que temos com o pessoal do DF, com certeza contribui muito para um intercambio entre as partes, pois já tocamos quatros vezes aí no DF graças ao bom relacionamento que temos com o pessoal daí. Das bandas daí, o Terror Revolucionário, o Death Slam e o Violator já tocaram aquí por nossos lados e sempre quando estamos juntos em um show, aquí em Minas ou aí no DF, é sempre uma verdadeira celebração underground!!!

A.F: E em relação a shows em outros estados, como está a agenda da banda, hà planos para uma turnê de divulgação do Hail to Death Metal Legion pelo Brasil?
Junior: No momento estamos fazendo shows somente aqui em nossa região, mas em abril iremos tocar em Cuiabá - Mt, também estamos com contatos para tocar no interior de São Paulo, mais ainda não tem nada confirmado. Quanto à turnê também não temos nada planejado, porque para nós uma turnê tem que ser muito bem planejada, por causa do nosso trabalho e devido a isto nós já pensamos em fazer uma turnê mais curta, que seria bom para a divulgação do novo álbum e também para dar um desestressada.

A.F: E pelo exterior, como estão os contatos, algum convite para tocarem em outros países, ou até mesmo licenciarem o disco lá fora?
Junior: No exterior, os contatos estão por conta da Kill Again Rec. e o nosso novo álbum tem chegado a vários países através de trocas feitas pelo selo.Eu já tive contatos em vários países europeus e sul americanos, mas no momento estou parado, porque o meu tempo está meio curto para negociar trocas e ficar indo direto nos correios colocar correspondências e materiais de troca. Na verdade eu gosto muito de fazer isto, mas é o trampo do dia a dia que não dá tempo.

A.F: O título do novo álbum revela a paixão do Corpse Grinder pelo Death Metal, estilo que defende há 20 anos. O que vocês acham dessa nova leva de bandas que hora querem soar extremas, hora querem ser melódicas? O que vocês destacariam na atual cena underground, e o que acham que melhorou/piorou nessas duas décadas?
Junior: Em minha opinião essas bandas que não sabem o que querem e ficam atirando para tudo quanto é lado, para verem se acertam alguma coisa, em termos de melhores oportunidades no underground pegando carona cada hora em um estilo, são todas um bando de modistas,definitivamente bandas assim não acrescentam nada ao verdadeiro metal. Na cena atual as bandas que estão surgindo, já aparecem bem mais técnicas e profissionais que as dos anos 80, devido às facilidades de se adquirir equipamentos de ponta, de se ter acesso a informações através da internet. Atualmente tudo é mais fácil, por isso que as bandas surgem por atacado e mesmo assim com toda essa moleza que é formar uma banda hoje em dia, não se aproveita muita coisa do que tem surgido. Mas com certeza tem aquelas que estão se destacando por méritos próprios, independente das facilidades do mundo moderno e eu citaria o Violator, Devil on Earth, Infector,Winds of Creation, Sodomizer, Impetuous Rage, Insantification e ainda tem muitos outros, que não me vem a memória neste momento. Eu acho que para quem é fanático por ouvir e tocar metal, hoje em dia as coisas são muito mais fáceis, tanto para se conseguir materiais de bandas extremas de tudo quanto é lugar do mundo, quanto para se conseguir bons equipamentos e instrumentos, só que essa facilidade tornou o metal acessível para qualquer acéfalo que quer tocar ou comprar cds de metal, ou então nem isto, vão e baixam da internet e já saem dizendo que tem a coleção completa de uma banda, como por exemplo o Morbid Angel, que antigamente quem tinha material desta banda, é por que era realmente aprofundado no metal e hoje qualquer um baixa da internet a discografia inteira na maior moleza e já se acha um headbanger radical. Têm muitos que se dizem bangers hoje em dia e não tem nem um disco original em casa, é tudo baixado de internet ou é cd-r. O pessoal de hoje não valoriza mais o metal como antigamente, porque tudo que é fácil demais não tem valor, é o mesmo que acontece com as pessoas que gostam das músicas comerciais, que invadem as suas casas através da televisão e com a mesma facilidade que elas começam a gostar de uma música logo enjoam. Tudo que é fácil demais se torna descartável. Eu não estou dizendo que toda a galera mais nova que curte metal é assim, mas que infelizmente uma grande maioria se encaixa no que eu disse. Eu sempre digo, que se formos considerar somente os verdadeiros, o underground é bem menor do que imaginamos.

A.F: Amigos, foi um enorme prazer ter o Corpse Grinder nas páginas do Acid Farted, desejo à vocês toda a sorte nessa longa jornada que seguem. Pode encerrar com o que se fizer necessário!
Junior: Muito Obrigado pela oportunidade desta entrevista! Para nós é uma honra estar novamente nas páginas de um zine do Distrito Federal, lugar onde temos grandes amigos e sempre quando estivemos por aí, fomos muito bem recebidos com muita cachaçada e metal!!! Mande um abraço a toda a galera extrema daí do DF!!! Valeu!

Contatos: Rua Santos Silva – 338* Machado – MG* CEP: 37750-000

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Anônimo

Quem diria,quem te viu quem te vê hein Frajolino,quer dizer que você depois de velho virou 'universotário',pelo menos depois da formatura,se você for preso,você vai pruma cela especial!

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